2007-06-28

O meu blogue

Onze horas da noite.
Estou cansada. Preciso deitar-me e recuperar o fôlego que diariamente me é roubado na azafama quotidiana.
O meu filho já adormeceu e a casa está silenciosa.
Os meus passos ecoam no soalho da sala. Creio ser este o único momento do dia em que me consigo ouvir. Oiço os meus passos, os meus pensamentos e as minhas necessidades enquanto pessoa.
Adio o meu cansaço com a recompensa de um desabafo escrito. Ligo a Internet e acedo ao meu blogue. Escrevo incessantemente, oculta num espaço partilhado e não identificado. Aprecio este disfarce no qual me revelo sem máscaras, e sem medos.
Concluo que sou uma farsa, pois nem os amigos mais íntimos descobrem a minha identidade quando vasculham os pormenores dos meus sentimentos diários transcritos com autenticidade.
É ali que choro com palavras amarguradas quando tenho vontade. Mas, também, onde solto a gargalhada mais estridente perante a estupidez dos outros, que calo no mundo real.
Quando criei o meu blogue não sabia que conteúdo iria escolher para o mesmo. Optei por colmatar a falta de espontaneidade que pauta a minha vida com posts reveladores da minha verdadeira essência. Este escape apoderou-se de todos os anoiteceres como um ansiolítico perfeito, que abuso da prescrição.
A rotina e o desejo de o fazer é o que me impele para esse espaço que conduz a minha escrita e rumina a minha vida. Todas as noites, preciso desse momento como uma viciada.
Leio as criticas publicadas, percebendo que muitos leitores se identificam nas palavras que redijo, que outros reflectem com elas, e que, felizmente, alguns discordam totalmente do meu discurso impensado. São esses que entendem que escrevo como uma louca, despejando tudo o que tenho na alma, como se não houvessem limites ou regras nesta vida. A verdade, é que nos blogues não há.
Por isso é que surgem em catadupa milhares deles. Alguns apresentam infindáveis erros ortográficos, noutros a qualidade deveria ser impeditiva para que existissem, mas todo o indivíduo tem direito a ser autor de um ou mais blogues.
As pessoas estão ávidas por poderem expressar o que lhes apeteça sem serem julgadas ou descriminadas, de terem os mesmo direitos que os contíguos, nesta sociedade de diferenças, e de poderem ser, verdadeiramente, donas e dominadoras de alguma coisa nas suas vidas.
É assim que a blogosfera cresce em todas as direcções.
Há blogues individuais e colectivos. Há blogues de vidas, de política, de viagens, de piadas e de imagens. Há blogues pérfidos, fanáticos, carismáticos, aletófilos ou aleivosos. Há blogues de amigos e de desconhecidos. Em suma, há blogues para todos os gostos.E há, também, o meu humilde blogue: recente, por vezes, pobre em conteúdos, mas, sempre, o meu cantinho secreto, o meu porto seguro, o meu pequeno mundo paralelo, com as cores e as formas que anseio num crepúsculo emocional antes de um sono velado.

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